01 março, 2011

Mel amor

Havia um buraquinho no meu peito, fui com o mindinho, pra provar do mel de dentro. 
Era tão bom, desejei repartir. Mas meu dedinho cresceu e hoje só há um abismo.

Ainda havia mel, mas ninguém o quis. Me escorria como amor todas as manhãs, mas o povo daqui tem pressa de chegar. Desperdiçam o sol quente e a grama que brinca na pele de fazer cócegas.

Achei que sozinhos íamos ficar, eu e o senhor abismo.
Mas você chegou sorrindo, então não precisei também do sol ou da grama.


Apenas do seu abraço de urso, 
uma vez por semana.

Beatriz Oliveira.

3 comentários:

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