29 outubro, 2010

Doce solidão

Eu fiquei parada um tempão, olhando para o céu, o mesmo que abraça todos nós.  Pensando: Porque meu Deus, justo eu tenho que ser como sou?  É o que eu tenho me perguntado ultimamente. Porque justo eu, tenho que ser toda coração? Porque tudo que é doce demais, derrete na boca e desfaz?

Mas como sempre, sobra o silêncio, aquele que guardo em uma caixa, cheia de lembranças mudas. 
É que me faltam tantas coisas ainda, um abraço qualquer, um consolo infinito. Me falta principalmente voz, pra dizer tudo que despejo em palavras. Na real falta ainda é muito amor, que não sei...

Beatriz Oliveira.

26 outubro, 2010

PROCURA-SE.

  Bia se perdeu em algúm desses caminhos feitos de pedras pontiagudas.
  Bia perdeu a cabeça, chutou o balde.
  Bia dorme muitas horas por dia, acho que ela se perdeu no mundo dos sonhos, e só porque é sonho não  significa que sejam bons, podem apenas ser pesadelos.
  Bia perdeu a paciência, cansou de abaixar a cabeça e cantar coisas bonitas sobre amores bonitos, não que eles não valham a pena, só apenas se desgastam.
 Bia perdeu o horário, dormiu mais alguns minutos, e deu queixa do tempo.
  - Quem ele pensa que é?
  Bia perdeu as chaves, Bia perdeu a memória, Bia perdeu seu próprio coração.
  Cansou-se de ser chamada de Bia, tem um nome completo, então não a aborreça. 
  Beatriz Oliveira Perdeu-se.

Quem a encontrar favor nenhum estardalhaço ou revolta, um abraço apenas... 

Beatriz Oliveira.
 

12 outubro, 2010

O que é tudo?


 É porque eu ainda gosto de andar pelas ruas, pensando nos meus amores. Eu ainda dou risada pra gente estranha na rua, porque é engraçado e é incomum, mas eu gosto. Eu ainda gosto de conhecer gente com os mesmos gostos que os meus. Eu ainda faço careta por qualquer coisa, sou desastrada e riu de tudo. Gosto de não ser normal.

 Você pode ter machucado meu coração, mais não foi o primeiro e nem será o último. Eu vou continuar a mesma romântica incorrigível.Vou continuar olhando no fundo dos olhos de qualquer um, só pra sentir um friozinho na barriga. E abraçar quem eu gosto de verdade, pra sentir o coraçãozinho batendo fraco de tanto carinho. 

 Simplicidade é tudo cara! 

Beatriz Oliveira.

10 outubro, 2010

Nunca será do seu jeito


 Eu nunca liguei pro modo como você dizia que eu sou apenas mais uma piada no mundo, quando dizia que me desejava e não me tocava por que não podia. Eu nem ligava pra todas as vezes que você ignorava minha presença e eu ficava parada te olhando de longe, você era o tipo de memória que eu gostava de ter.
 Não é com pressa, não é com chutes nem gritos. 
 Não é assim que as coisas são.
 Não adianta mais me olhar, não adianta me querer, nem passar um vidro cheio daquele teu perfume que agora me enjoa.
 As lágrimas prolongam, as lágrimas escondem. 
 O tempo cura, o tempo apaga. 
 Ainda bem meu Deus... E eu que pensava que era bom o mundo dar voltas.

Beatriz Oliveira.

03 outubro, 2010

Jogar fora a falta de ter

 Eu fiquei esperando você abrir mão de todas essas exigências. Juro que esperei todas essas noites que te disse. Mais agora entendi todos teus silêncios, teu amor não era tão grande quanto tua vontade de possuir qualquer coisa tocável. Seus olhos azuis de nada valeram se o teu sorriso era pra dentro, trancado.

 Eu me lembrei de todas as vezes que a gente riu junto, lado a lado sem pressão nenhuma de ser o que era.

 As tuas mãos tão brancas quanto uma rosa sem cor, só que sem a pureza das flores. Com dedos compridos e as unhas todas roídas. Seu cheiro bom, sem sinônimos pra descrever. Suas pernas longas, esticadas como se quisesse ser maior, maior do que o meio termo que sempre foi.

 Nunca tirava as mãos dos bolsos, com medo da falta de ter algo ser tão grande que não suportasse e acabasse agarrando o primeiro amor que passasse pela rua. 

 Naquela manhã suas mãos abandonaram os bolsos e foram de encontro as minhas mãos frias, eu te olhei e entendi, recebi um monte de silêncios em troca. Continuo recebendo, vários deles. Grandes, pequenos, feios. 

 Tentei te amar, mais hoje me despeço de tentar,  me jogo na tentativa de vestir a máscara do esquecimento e criar mais um passado obscuro. Porque você não foi doce o suficiente, e principalmente pela falta dos seus abraços. Fim. Vou pular mais uma vez de relação, em vez de mergulhar com você no fundo do rio como diz Rita Apoena naquele texto que eu tanto amo.

 Minhas últimas palavras pra você: Seus olhos azuis de nada valeram se o teu sorriso era pra dentro, trancado.

Beatriz Oliveira.