23 fevereiro, 2011

Florir

  
 Me sinto tão miúda quando não posso florir, mais ainda quando não posso abraçar. Porque sempre tem alguém que não cabe na distancia ou na presença. E eu fico torcendo sempre aqui deste lado, pro sorriso nascer no cantinho da boca, ao invés de lágrimas. Pois  me choro também por não ter que fazer. Infelizmente ainda não sou fada, quisera eu ter tanta magia. Sirvo afinal pra que? Se não tenho poder de fazer felicidade, se também não posso florir?


Sento e espero que volte a ultima estação,
o meu sonho que é de primavera e não verão.


Beatriz Oliveira.

07 fevereiro, 2011

Palavra de vento


Sabe nunca imaginei que eu fosse viver assim, pra fora, bonito. To vivendo tão sem culpa ultimamente.  Quando percebi até ri. É bem assim que tem sido, vivo rindo de mim mesma. Como numa melodia calma onde a gente dança no ar, sem pressa de chegar ao fim. "Vai com calma menina!", me diz o vento, tem tempo de sobra pra você sentir o mundo.

Beatriz Oliveira.

02 fevereiro, 2011

29/01/11

 Eu queria escrever sobre aquela tarde de sábado, queria muito. Me lembro do momento acontecendo e eu pensando: preciso escrever sobre isso, preciso gravar o que senti enquanto nós dois juntos, de dentro da piscina olhávamos pro céu da tarde que chegava mansinho, e o sino da igreja que badalou suavemente, de hora em hora, o dia todo (um som daqueles que ficam pra sempre na mente). 

 O jeito que sua pele pareceu macia, e o seu abraço seguro.

 Aquele quarto quente e escuro, onde permanecemos calados só olhando um para o outro. A luz fraca amarelada, que deixou tudo de certa forma mais poético. As nossas possibilidades de um futuro bom e o meu medo - como sempre - borrando tudo. E você me chamando pra ficar mais perto, deitar no seu ombro.

 Todo o silêncio dos nossos pensamentos. Até que você se ajoelha, como se o momento fosse agora parte de um romance, daqueles que eu sempre assisto, me pede em namoro e eu te beijo sorrindo em forma de sim.

  Mas quando eu penso nisso tudo, eu me esqueço, me esqueço das palavras exatas, qualquer uma serve, nenhuma também serviria, a imagem que importa não vai se apagar tão cedo da minha memória.

 Bobagem? Talvez. Mas eu não me importaria em ficar sempre assim, deitada no seu abraço.  

Beatriz Oliveira.