Havia um buraquinho no meu peito, fui com o mindinho, pra provar do mel de dentro.
Era tão bom, desejei repartir. Mas meu dedinho cresceu e hoje só há um abismo.
Ainda havia mel, mas ninguém o quis. Me escorria como amor todas as manhãs, mas o povo daqui tem pressa de chegar. Desperdiçam o sol quente e a grama que brinca na pele de fazer cócegas.
Achei que sozinhos íamos ficar, eu e o senhor abismo.
Mas você chegou sorrindo, então não precisei também do sol ou da grama.
Apenas do seu abraço de urso,
uma vez por semana.
Beatriz Oliveira.