09 agosto, 2011

Querer não lembrar

 Ainda te sinto no vento, e rio da mesma maneira boba de sempre. Porque o destino escolhe os dias em que vai trazer de volta as velhas lembranças. O cheiro de chuva, as folhas e flores caindo, o vento fresco misturado ao sol fraquinho e o cheiro de memória, que ainda não sei descrever.

 Aliais existem muitas coisas que não sei descrever, e fico um tempão olhando pro papel desejando que hajam palavras pra isso ou aquilo. Mas não. Descobri que elas não existem pra as coisas simples da vida. E essas coisas também não deixam de existir porque você simplesmente quer que elas se percam.

 Você junta todas e guarda numa caixa qualquer esperando que não tenha que vê-las nunca mais. Mas sempre volta pra se assegurar de que continuam lá, e que aconteceram mesmo, não foram apenas os desejos do seu coração criando ilusões.

 Ainda te sinto no vento, da mesma maneira estúpida que se pode sentir a presença de um fantasma. Porque pessoas do passado não vivem, apenas assombram.

Beatriz Oliveira.

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