29 setembro, 2010

Smile

 Eu tenho intimidade com as tuas bochechas e teus sorrisos todos, meus olhos fotografam, imagens todas essas que estão aqui me perturbando me impedindo de fechar os olhos e viajar noite a dentro.
 Injusto você assim tão perto de mim me pedindo pra ser amado, logo agora que eu desisti desses tais amores relâmpagos. 
 Porque eu sei que todas minhas decisões de tão grifadas nunca voltaram a trás, por esse motivo eu sei também que esses momentos tão raros vão se perder novamente no meu passado obscuramente intacto, lá tão lindo quanto um filme, um curta surreal. ♥

 Beatriz Oliveira.

18 setembro, 2010

Janela



 Nunca existiram palavras pra te descrever, não existem sinonimos a tua altura. Nem fotos, filmes, frases ou musicas me lembram do momento exato que estive nos teus braços. Em tempo nenhum houve promessas, por isso não tive motivos pra crer nas minhas inúteis expectativas.

Sempre te vi numa moldura grande e bonita, mas como eu sempre digo, é tudo questão de um ponto de vista diferente, de um olhar melhor, a qualidade da câmera interna sempre faz diferença.

Então de manhã eu acordei e fui te ver na moldura, mas acordada do sonho vi apenas que dentro de casa estava eu e fora sem proteção nem carinho estava você, a moldura era apenas minha velha janela, a janela que um dia você pulou sem permissão, roubou coisas que haviam do lado de dentro e que nunca voltei a ter  e da mesma forma que entrou saiu, rápido e sútil.

   Nunca mais pude te ver pular, pela janela da minha alma, pela janela do meu coração.

Beatriz Oliveira.

10 setembro, 2010

Última carta



 Tudo bem em ir dormir deixando nossos planos para trás.
Se você não soube me contar seus medos, dizer todos os seus segredos ... 
Ainda sim está tudo bem em dizer adeus.
 Deixar aqueles beijos só em história, para ser contada como um romance para aqueles que pouco sabem do tempo, tempo esse que passa com tanta pressa.
 Assim de manhã já terei esquecido e só teu perfume irá restar eternamente.

Será para todo o sempre meu anjo.
Beatriz Oliveira.

09 setembro, 2010

Conto de uma noite (Para ler ouvindo: Kt Tunstall - Stoppin' The Love)

  Eu olhei desesperada pelo vidro de trás do carro, todos comemoravam e riam muito, mas ainda assim olhei pra trás esperando um ultimo sorriso, um belo adeus cinematográfico.
  Mas era tarde demais pra despedidas elaboradas, era tarde demais pra querer aquilo tudo outra vez, já que só sobraram cinzas e coisas que eu guardo numa caixa.
  Era tão tarde... senti a saliência de um nó nascendo na minha garganta seca.
  Só restava observar pela ultima vez seus traços bonitos, sua boca pequena e suave, seus olhos profundos e seu nariz em um ângulo reto.
  Não sei se era o brilho da lua, porque já não me lembro, mas teu rosto reluziu pra mim, uma ultima vez, tão mágico quanto da primeira vez que olhei pros teus olhos.
  Me virei respirando fundo me juntando aos risos pra comemorar o que hoje eu chamo de primeira grande transformação, ou seria só o ensino médio começando?

Kt Tunstall - Stoppin' The Love

"Você me faz ficar de cabeça erguida
Mesmo quando eu estou caindo
Você me faz rastejar fora da minha pele
Você faz eu me perguntar porque
Eu estou embaixo desse grande e velho céu
Parando de deixar o amor entrar..."


Beatriz Oliveira gosta de se lembrar, apenas...

01 setembro, 2010

Pequenas coisas

    Um amigo ou amiga confortando seu coração, um toque mágico, um sorriso inesperado, sentir aquele perfume conhecido, rir sozinha de coisas bobas (ou nem tanto), espontaneidade, doce, abraço, cafuné, som de beijo estalando no rosto, abraço de mãe, cheirinho de comida da vovó, ouvir o vô tocando violão, domingo em família, tarde com as amigas, sentir-se envergonhada, noites de verão com uma leve brisa, estourar plástico bolha, ouvir musicas alternativas, papo furado, bagunçar o cabelo, bichinho de estimação, chocolate derretido, batom vermelho, estalar os dedos, arrumar os cílios, tirar linha da roupa dos outros, andar na ponta do pé, cruzar as pernas muitas vezes, sentir a vibração das cordas daquele velho violão sobre o meu coração, dá até pra imaginar um sorriso. Mas é a vida e não um sonho... mais um  momento, suspirar, olhar distante, morder a junta do dedo, caretas, provocar, trocar olhares, trocar risadas, um abraço qualquer, uma dor apertada, uma falta, um devaneio, uma lágrima feita de confusão, uma certeza incerta, tantas coisas alheias pro mundo, tantas coisas vistas só na minha mente, tantas coisas sentidas pela minha percepção visual, sentimentos bons, sentimentos ruins, continuam em sequência sem ponto final, virgulas, espaços, não tenho pressa ou sede por um fim, que só se dá assim. 

Beatriz Oliveira.